Uma breve história da escola
Com
a enchente dos rios Seridó e Barra Nova, que destruiu as casas populares
ribeirinhas, os moradores ocuparam as casas da COHAB, localizadas na Vila Presidente
Castelo Branco, que estavam inabitadas.
Com
o tempo, o bairro Presidente Castelo Branco, um núcleo residencial, tinha um
índice demográfico bem elevado, faltava então o principal meio para maior
desenvolvimento da população que ali habitava: uma escola.
Para
atender as necessidades sociais, religiosa,
humana e cultural dos habitantes do núcleo residencial do Castelo Branco e Nova
Descoberta, o assistente eclesiástico das obras sociais do bispado, Pe. Edmund
Kagerer, achou necessário construir um centro educacional social e religioso.
O
Padre Edmund, juntamente com a paróquia de São José, fez então um requerimento
ao diretor presidente da COHAB, solicitando a doação de dois galpões,
construções inacabadas que existiam, sendo um de 30m X 8m e outro com 27m X 8m.
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Prédios da COHAB
Fonte: Álbum da escola
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Prédios da COHAB
Fonte: Álbum da escola
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Teve
início a construção da Escola, no dia 06 de agosto de 1974. Vários operários se
empenharam na construção, totalizando, entre pedreiros, serventes, carpinteiros
e pintores, 19 homens.
O
Padre Edmund Kagerer orientou e dirigiu os trabalhos, financiados unicamente
com doações dos religiosos do bispado de Linz, na Áustria. Graças a eficiência
dos trabalhos e assistência contínua do Pe. Edmund, a obra teve andamento
progressivo, não havendo nenhuma interrupção.
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Padre Edmund, auxiliando na construção.
Fonte: Álbum da escola
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Com
o passar dos dias, os dois galpões, antes construções inacabadas,
transformaram- em uma capela e em salas de aula. Ao final de três meses, estava concluída a construção da
capela e da escola, trabalho feito para as famílias dos bairros Castelo Branco
e Nova Descoberta.
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Prédios construídos
Fonte: Álbum da escola
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No
dia 24 de novembro de 1974, realizou-se a benção e inauguração no chamado então
de Centro Comunitário Santo Estêvão Diácono, em homenagem ao padroeiro da
Áustria, que foi o país que fez a doação de recursos para a construção da Escola. A
missa de inauguração foi celebrada na capela de Santo Estevão. Participaram da
missa os padres: Antenor Salvino de Araújo, Ausônio Tércio de Araújo, José
Mário de Medeiros, e Edmund Kagerer, que dirigiu a cerimônia.
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Missa de inauguração
Fonte: Álbum da escola
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A
Escola começou a funcionar com mais de 230 alunos, funcionando pela manhã com
uma turma de 1ª série, e no turno da tarde, uma turma de 2ª série, uma de 3ª
série, (que a partir do segundo bimestre, foi dividida em duas, em virtude do
grande número de transferências de outras escolas), uma de 4ª série e outra de 5ª
série. Esse turno concentrava o maior número de alunos. As turmas eram
organizadas por idade.
Não
só crianças e adolescentes tiveram o privilégio de estudar nessa escola, mas
também os adultos, pois funcionavam três turmas a noite, sendo uma sala de
educação integral, uma
de ensino supletivo e uma de MOBRAL (atual EJA).
Na
época da fundação da escola, o seu funcionamento se dava com 8 professoras,
sendo elas: Maria de Assunção Silva, Marli Rodrigues Machado, Darrimar Lopes de
Andrade, Francisca Irineu Lustosa de Medeiros, Elvira Helena da Silva, Zenaide
Nogueira da Silva e Maria de Lourdes Dantas. A primeira gestora da escola foi
Maria Amélia Vieira, conhecida como Irmã Lúcia, pois a mesma era a gestora da
escola São Vicente de Paula, pertencente também a diocese.
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Alunos do MOBRAL
Fonte: Álbum da escola
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Primeiros alunos da escola
Fonte: Álbum da escola
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A
Escola era mantida por convênios com o Estado,
os pais contribuíam com a “Caixa Escolar” e, para despesas permanentes, eram
realizadas festas e promoções. A escola não possuía um Projeto Político
Pedagógico, Conselho Escolar ou Colegiado, mas tinha a Associação de Pais e Mestres.
A Escola
passou a ter 8 salas em funcionamento e a biblioteca banco de livros Raimundo
Rubens de Souza.
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Biblioteca
Fonte: Álbum da escola
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A
Escola tinha um pelotão de saúde e um pelotão de horta. O pelotão de horta
contava com orientação de uma extencionista da Ancar e fez hortas de verduras
para complementação a merenda. No terreno pertencente a Escola foi feita,
durante o inverno, um plantio de milho, que na época da colheita rendeu canjica
para a merenda dos alunos.
Pelotão de horta
Fonte: Álbum da escola
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Pelotão de horta
Fonte: Álbum da escola
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Nos
anos seguintes, veio a construção de novas instalações, como a creche, o parque
infantil, a quadra e demais salas de aula.
Em
todas as datas comemorativas eram realizadas festas e ainda se fazia três ou
quatro forrós por ano para arrecadação de recursos para a manutenção da Escola. A Escola
tinha a Banda
Marcial e realizava desfile de 07 de setembro, o concurso da estudante mais
bela e jogos internos.
Banda Marcial
Fonte: Álbum da
escola
O
logotipo da Escola foi escolhido por ser o brasão do bispo Dom Manuel Tavares
que foi fundador e significa “Todos em Cristo”
Logo da escola
Fonte: Facebook
da escola
A
Escola Santo Estevão, até 02 de outubro 1997, era filantrópica e a partir daí passou
a ser administrada pelo Estado. Essa mudança se deu, pois, os professores não
tinham direito a gratificação de exercícios de sala de aula, uma vez que a
escola era particular e conveniada, para resolver esta situação Dom Jaime
Vieira Rocha, sugeriu estadualização da mesma.
Até
2005, a Escola funcionou nesse prédio, porém teve que mudar de local, devido a
cobranças da Paroquia pela área que a pertence, assim havia plano da construção
de uma escola na zona norte da cidade, e após ser realizado um abaixo-assinado
conseguiram trazer a construção da escola para a zona leste e assim entregar o
território que pertencia à paróquia.
A
Escola foi inaugurada em julho de 2005 e recebeu o nome Padre Edmund Kagerer,
em homenagem, ainda em vida, à pessoa que construiu a Escola com recursos
doados vindos da sua terra natal. Foi realizado um abaixo-assinado e aceito
pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte.
A
Escola Estadual Padre Edmund Kagerer, está localizada no bairro Maynard, zona
leste do município de Caicó-RN. Tem como circunvizinhos os bairros Castelo
Branco, Canutos e Filhos, Nova Descoberta, Vila Altiva, Conjunto Santa Clara e
Itans.
A instituição tem como objetivo assegurar um ensino de
qualidade, formando cidadãos críticos, conscientes e participativos, capazes de
interagir e intervir na sociedade que estão inseridos, de ser um local que promova
conhecimento, cultura, pesquisa e criatividade, e que o aperfeiçoamento
constante favoreça o aprimoramento da formação pedagógica e técnico-científica,
de forma a responder às necessidades emergentes da sociedade.
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Fachada da escola
Fonte: Do autor
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Fachada da escola
Fonte: Do autor
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